quinta-feira, 6 de março de 2008

Consumo de bebidas alcoolicas por crianças com idades abaixo do limite legal

“Consigo comprovar consequências sérias e graves na nossa comunidade pelo consumo de álcool por jovens com idades abaixo do limite imposto por lei.

Recentemente um jovem de apenas 13 anos, em conjunto com os amigos mais velhos, consumiu bebidas alcoólicas de forma a fazer parte do grupo de pares (pertencer/status).
Após a ingestão de álcool desmaiou, dois amigos mais velhos despiram-no, agrediram-no e após as agressões decidiram sodomiza-lo. Peço desculpa se para alguns esta descrição do incidente é demasiado gráfica, mas o consumo de bebidas alcoólicas é um problema grave.

Quando a minha filha de 15 anos foi à sua primeira festa com as amigas de forma a pertencer ao seu grupo de pares administraram-lhe GHB ( droga de abuso para a prática de crimes de violação sexual e furtos) e foi brutalmente violada por três rapazes, que fizeram uma gravação em vídeo e no dia a seguir a este incidente pressionaram a minha filha a assistir ao respectivo vídeo.

A partir daquele dia perdi a minha rica filhota, nunca mais foi a mesma; aquela rapariguinha “doce” que era antes. Começou a consumir drogas e álcool e a fugir de casa. Levei 2 anos a conseguir que ela finalmente me contasse esse incidente trágico e devastador.

Aos 17 anos encontrei-a quase morta no sofá de casa por causa de intoxicação pelo consumo de álcool.
Depois de ser admitida num centro de tratamento permaneceu sóbria durante 22 meses e participou em campanhas direccionadas para os jovens alertando para os perigos e as consequências de consumo de bebidas alcoólicas em idades não permitidas por lei.

Aos 19 anos, voltou a beber de forma a “refugiar-se” da dor do trauma sofrido aos 13 anos. Nesta altura alistou-se na tropa e regressou em Novembro de 2006 e foi preciso eu apanhar o avião até El Paso, Texas, porque ela tinha tentado o suicídio e estava sob rigorosas medidas de vigilância.
Os factos, por si só, revelam-se assustadores é urgente apelar aos pais para reforçar o limite legal - “ Não é permitido a venda e o consumo de bebidas alcoólicas a jovens com idade inferior a 21 ano”.

Não acredito que vocês (pais) não consigam invocar e implorar, junto da sociedade, governo e das nossas comunidades, com suficiente veemência sobre este assunto tão delicado e preocupante. È o meu objectivo pessoal (missão) ajudar todas a crianças na nossa comunidade. Não deveria ser o objectivo de todos ?
Obrigado
Lynea"

Comentário: Estas duas historias verdadeiras são demasiado dramáticas, mas realistas em que ambos os casos podem ser a historia de qualquer criança e/ou jovem português. Hoje em dia sabemos perfeitamente do perigo e as consequências do consumo de bebidas alcoólicas, especialmente no casos dos jovens. Agravado pela “tolerância”, apesar das evidencias, dos responsáveis em relação ás leis portuguesas.

Ambas as historias descrevem o caso dramático e traumático de dois jovens. Mas quantas famílias (adultos e crianças) sofrem as consequências deste flagelo social, que é o consumo excessivo e do alcoolismo, por ex. violência domestica, violações, doenças, acidentes de viação, intoxicações e nalguns casos morte só para enumerar alguns. Refiro-me somente aos adultos. E nos casos dos jovens, e em alguns casos em crianças, por ex. violação, doenças, gravidez indesejada, violência e agressões, acidentes?

Em Portugal, o consumo é permitido por jovens com idade acima dos 16 anos. Somos o único país da EU em que é permitido esta situação. Todavia a industria do álcool, descarta a sua responsabilidade moral e ética, advertindo o consumo responsável e moderado de bebidas alcoólicas, apelando para a responsabilização individual, mas quanto a publicidade é altamente agressiva e apelativa por ex. nos espectáculos de musica de verão, onde a maioria dos espectadores são jovens. È preciso não esquecer que o álcool é uma droga.

Por outro lado, nunca nos passa pela cabeça que uma destas situações acima referidas possa acontecer com os nossos filhos. Só acontecem aos filhos dos outros.
Mais vale prevenir do que remediar

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