sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Elogiar é essencial, mas com arte.


«A melhor forma de recompensar, os nossos filhos, é ensina-los a gostar de desafios, ficarem intrigados com os erros que cometem, a apreciar o esforço, permanecerem motivados e comprometidos pelo processo de aprendizagem. Desta maneira, eles não precisam de ficar «escravos» dos louvores e dos elogios. Ao longo da vida, eles irão ter imensas oportunidades para desenvolver e construir a sua própria autoconfiança.» Carol Dweck, professora de Psicologia na Universidade de Stanford, EUA e autora de vários livros, entre eles destaco Mindset; a atitude mental para o sucesso.

Comentário. A Dra. Carol Dweck e os seus colegas, desenvolveram vários estudos, com crianças, sobre o elogio e chegaram à conclusão, de que, elogiar a inteligência das crianças prejudica a sua motivação e prejudica o seu desempenho. É verdade, o elogio permite-lhes um impulso e um fulgor adicional, mas só funciona naquele momento. Contudo, mais tarde, quando encontrarem um obstáculo, não irão possuir a confiança e a motivação necessária.

Como é que podemos apoiar e motivar as nossas crianças a gostar de desafios?
Como pais, professores, profissionais e mentores sabemos dos desafios que contempla a educação das nossas crianças. Cada criança apresenta desafios diferentes e complexos; todas são diferentes e únicas.  Ouvimos afirmações de pais, dos quais me incluo, «Pelos meus filhos, sou capaz de tudo…» todavia, muitas vezes, a realidade, não é bem assim. Isto é, quando pensamos que estamos a fazer bem, podemos estar a prejudica-los. Como sabemos, o desenvolvimento da criança até à idade adulta, contempla varias transições, isso significa, que irão encontrar vários e complexos desafios e oportunidades, enquanto o nosso trabalho é apoiar, incentivar, orientar, proteger com vista à autonomia, à resiliência, ao amor, à compaixão, à motivação e à confiança. Somos cuidadores bem-intencionados, «somos capazes de tudo…», mas precisamos de conseguir passar uma mensagem realista, especifica e coerente sobre a diferença entre o sucesso e o fracasso, em vez projetarmos ideais moralistas e irreais, muito em voga, na sociedade atual, consumista e hedonista. Elogiar as crianças terá mais impacto, para o seu desenvolvimento, se o fizermos em resultado do seu esforço, pela sua persistência, talento, gestão dos problemas e reforço de valores. Não quer dizer, que não devemos elogiar as crianças, pelo contrario, queremos que os elogios permaneçam bem presentes, nas mentes dos nossos filhos, nas alturas mais importantes das suas vidas. Quais foram os elogios, mais significativos, que ouvimos dos nossos pais, professores ou mentores que ainda permanecem vivos nas memorias e recordamos nos momentos mais adversos?



quarta-feira, 27 de abril de 2016

Compreender é compaixão



«Se pensarmos que a criança se comporta mal, certamente iremos pensar em maneiras de a castigar. Mas se pensarmos que a criança está a aprender a lidar com as suas dificuldades, iremos pensar em maneiras de a ajudar.»

Como muita frequência oiço comentários de pais, na minha opinião, desproporcionados da realidade, sobre o comportamento dos filhos. Por exemplo, «O meu filho é uma peste, não sei a quem sai.» ou «O meu filho está naquela idade do armário… só faz disparates.» ou «O meu filho quando for adolescente não sei como vai ser… ele é terrível.» Este tipo de comentários é revelador da frustração dos pais quanto às suas interpretações sobre os comportamentos dos filhos. Em muitos casos, a frustração dos pais gera dicotomia conduzindo a uma abordagem binária – 1. censura e 2. castigo.  Podemos cair no erro de rotularmos os nossos filhos, com base na frustração e assim poder influenciar pela negativa a relação de confiança.
Como pais (e sociedade) precisamos de proporcionar às crianças orientação na gestão das suas emoções (literacia emocional). Da mesma maneira que as ensinamos a estudar e a escolher uma carreira profissional, a adotarem regras e valores imateriais universais (certo e errado) em casa e na escola elas também precisam de aprender a lidar com os sentimentos: 
  • Nos sentimentos não existe certo ou errado, bonito ou feio. Os sentimentos são uma parte fundamental e integrante da personalidade que precisa de ser valorizada. Isto é, precisamos de ajudar as crianças a ser honestas com aquilo que elas sentem. Numa situação de conflito com a criança, pergunte como é que ela está a sentir e escute. Ela está triste? Zangada? Com medo? Valoriza estes sentimentos.
  • Se as crianças sentem dor, frustração, raiva isso significa que são saudáveis em vez de colocarmos rótulos e estereótipos que reforçam a vergonha. Reforçar a vergonha é o equivalente a estarmos a destruir a auto estima dos nossos filhos (auto conceito).



quarta-feira, 16 de março de 2016

«Filho és, pai serás»



« A filha precisa que o relacionamento com o pai seja uma referencia, pela qual irá servir para o futuro, na sua relação com o sexo masculino» Prego & Mommy Chat
Como pais, sabemos os desafios que representa educar e ser uma referencia positiva, para os nossos filhos. Por experiência própria, por vezes, sabemos o quão regredimos porque apesar dos nossos melhores esforços, não existe uma poção magica quanto ao papel de pai. Por outro lado, podemos responsabilizar pelo nosso próprio desenvolvimento moral e podemos fazer imenso em ambos sentidos, aprender com os erros e assumir o compromisso para mudar de atitudes e comportamentos.
Um dos grande desafios, como educadores e referências, é conseguirmos compreender a perspectiva dos filhos e conseguirmos separar os pontos de vista; a deles e a nossa. Isto é, conseguirmos compreender, a nossa experiência ( e vivências) como crianças, na relação com os nossos pais, e o nosso relacionamento com a criança/filho/a. Nas consultas, alguns pais, referem que o seu papel de pais, tem como referencia principal, a forma como foram educados pelos seus proprios pais. Esta situação pode dificultar a nossa compreensão das necessidades, da historia e da vida dos nossos filhos. 
   

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Castigo e recompensa? Ou alternativas disciplinadas


«Para disciplinar uma criança que tenha ultrapassado os limites, não se deve castigar, deve-se ensinar a forma correta, como ele podia ter agido nessa situação. Portanto, disciplina tem a ver com aquilo que os pais fazem, para ensinar as crianças.» National Center for Fathering. 
O Dr. Henry R. Brandth é autor de vários livros. 

Nota: Como pais, sabemos a capacidade das crianças para a aprendizagem; são uns agressivos e curiosos aprendizes. Isso significa, que para os disciplinar, precisamos de ser bons «professores», ser pacientes, disciplinados, honestos e compreensivos. Pessoalmente, não sou adepto do castigo e/ou da «palmada». Sou mais adepto das consequências em proporção do comportamento problemático: com a noção de que a consciência da criança, sobre o que está certo e errado, é completamente diferente da consciência do adulto; é um processo de aprendizagem. Como pais, em vez de os castigar (castigo e recompensa) podemos oferecer-lhes varias alternativas, aos comportamentos problemáticos, mais construtivas, eficazes e duradouras; este processo começa na abordagem dos adultos.