quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O Bullying ( Rei-Bébe, Pequeno Tirano)


Os pais e os professores podem ter um papel importante na maneira como se lida com o bullying. De qualquer maneira, primeiro precisam de compreender o que é e quem são os bullies.
Bullying is the persistent abuse of an underdog.”

O bullying é uma forma persistente de abuso. È aquele jovem que na relação com os seus pares reforça o fracasso e a discriminação entre as suas "vitimas". O bulliyng manifesta-se entre o grupo de pares, são comportamentos e atitudes negativas em que procuram claramente ofender, magoar, intimidar, manipular e gerar o conflito entre jovens. È um padrão de comportamento repetitivo que tem o seu inicio quando criança, e eventualmente, pode prolongar-se ao longo da vida.
O jovem que tem mais poder tira vantagem na maioria das situações, de uma maneira injusta, na relacionamento com o jovem com menos poder. O Bully (rei-bébé, pequeno tirano) observa e procura oportunidades para “apanhar a sua vitima”. O jovem com mais poder pode ser mais forte e mais crescido, com mais idade que a sua vitima. De qualquer maneira, as dinâmicas de poder do bully podem basear-se em diversos factores, tais como; pode ser filho de pais com recursos financeiros significativos, mais esperto, mais popular e ser um “ líder” de um grupo de seguidores “compinchas/cumplices”. A raça e ou o sexo podem ser factores deste tipo de poder desmedido.

Mais de metade dos tipos de bulliyng são abusos verbais, fazer julgamentos depreciativos, intimidar, insultos e humilhar. Existem outro tipo de ameaças, tais como, “Vou bater-te…”, “Vou roubar-te…”. Estas situações causam um efeito psicológico muito negativo. Depois existem as agressões físicas.

Consideramos importante, não confundir o acto de bullying com a violência e com a indisciplina. Na maioria dos casos, entendesse a violência como comportamentos isolados, por exemplo, roubo, assalto e agressão. A indisciplina está mais ligada ao interior da sala de aula, ao relacionamento pedagógico entre o professor e o aluno.

Os bullies tem um desejo muito forte de controlar e de poder sobre os outros jovens. Normalmente, são mais fortes do que aqueles que têm sua idade e são mais velhos que as suas vitimas.

Apesar das evidencias, os bullies apresentam algumas características comuns, que são surpreendentes. Por exemplo, os bullies normalmente tem uma auto estima normal ou acima da media. Não são muitos inseguros, não tem muita ansiedade e são normalmente calmos.

Apresentam outras características comuns:
Níveis baixos de popularidade ou acima do comum, muito populares, fora do seu próprio grupo de seguidores (grupo de pares) “compinchas.”
Capacidade de esconder o seu comportamento dos adultos. Aparentam ser inocentes e quando apanhados em flagrante, discutem defensivamente o seu ponto de vista.
Falta de empatia e compreensão pelos outros, baixa tolerancia.
Atitude defensiva perante a autoridade, recusa em seguir regras, por vezes, violentos para com os pais e os professores.
Os seus comportamentos abusivos vão piorando progressivamente quando as suas vitimas reagem às suas investidas.
Divertem-se a humilhar com os fraquezas das suas vitimas.

Os efeitos negativos que o bullying causa são do ponto de vista da estruturação da personalidade. As crianças sentem-se tristes e têm tendência para se isolarem, onde podem ser vitimas e ou noutras situações também elas podem tornar-se potenciais agressoras. Em muitos casos os jovens que são agredidos "vitimas" de bullying são incapazes de falar com os adultos (pessoas significativas, ex professores e /ou pais) sobre estas situações com medo das represalias e potenciarem o abuso. Por ex., casos nos EUA revelam que alguns alunos que pegaram em armas e depois vão para a escola. Existem também caso de bullying entre os jovens do sexo feminino. Apesar do abuso verbal, as raparigas têm tendencia a provocarem o boato, inventando historias falsas, "segredinhos" de forma humilhar ou a magoar a sua "vitima".

Os locais onde o maior numero de situações de bulliyng ocorrem é sobretudo nos recreios. Num inquérito, feito no 1º e 2º ciclo, em Portugal, chegou-se à conclusão que 72 por cento das situações de bulliyng são nos recreios.

Os intervalos são importantes para o desenvolvimento social, cognitivo, motor e para o equilíbrio emocional das crianças. Os alunos aprendem imensas coisas de uma maneira informal (relacionamento inter-pares).
O recreio promove a aprendizagem social de diferenças culturais, de género e idade, porque se encontram no mesmo espaço alunos de diversas idades. Deveria ser um espaço onde existisse margem de risco e ao mesmo tempo aventura.
A muitas crianças só lhes resta o recreio para brincarem porque em casa não existe espaço e muitas situações, não existe segurança na rua.

Verificamos que na maioria das escolas, os recreios não têm equipamentos onde os miúdos possam brincar. Recordo-me, por ex. das polemicas balizas que provocaram desastres serios e dramaticos. Nestas situações, verificam-se maior numero de ocorrências de bulliyng.

Devia de haver espaços onde fosse possível os alunos aliarem as suas actividades físicas às actividades de reflexão, em espaços com lugares sentados. Os alunos têm menos conflitos em espaços com materiais disponíveis e em bom estado de conservação.
Na minha opnião, o tempo de recreio nas escolas poderia ser um espaço mais construtivo e melhor aproveitado se fosse supervisionado e acompanhado, por pessoal da escola preparado para o efeito.

Não se deve agir somente nos momentos de crise, quando surgem problemas, mas intervir nomeadamente na prevenção. Identificar a relação que existe entre as pessoas e os factores de risco e os factores de protecção. Desenvolver programas que permitam às crianças a manifestação dos seus afectos, dos seus sentimentos e do contacto físico. A formação baseia-se em desenvolver competências sociais.

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